Foto: https://www.poetryfoundation.org/
JEFFREY McDANIEL
Nasceu em 1967. Formou-se no Sarah Lawrence College lL(New York) em 1990,, onde hoje dá aulas de escrita criativa.
Autor dos livros Alibi Scholl (1995),. The Forgiveness Parade (1998), The Sprinter Factory (2002), The Emarkement (2008) e Chapel of Inadvertent Joy (2013).
Considerado um dos melhores poetas americanos da atualidade.
Poemas líricos, melancólicos, humor triste, metáforas forte e inusitadas.
Texto por Mario Faccioni Filho
TEXTS IN ENGLISH – TEXTOS EM PORTUGUÊS
McDANIEL, Jeffrey. [Poemas: traduções do inglês.] In: MAPA DA CRIAÇÃO: FANZINE. N.1 Tradução de Mauro Faccioni Filho. Florianópolis, SC: 2015. 7x14 cm. 24 p. ilus. col.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Uma seleção dos poemas:
[Traduções de Mauro Faccioni Filho)
EXERCISING MY DEMONS
Tomorrow I will
exercise my demons.
I kwill rouse them
from their mink
caves and make them
run sprints till
their long tongues
dangle like red flags
of desire. Oh, soon
my demons will be
in such good shape.
No one will call
them fat. My demons
will be th fisttest
demons of all.
EXERCITANDO MEUS DEMÔNIOS
Amanhã vou
treinar meus demônios.
Vou despertá-los
de suas tocas
de visom e farei
que corram tanto
que suas longas línguas
pendam como bandeiras rubras
de desejo. Oh, em breve
meus demônios estarão
em plena forma.
Ninguém os chamará
de gordos. Meus demônios
serão os mais sarados
dos demônios todos.
THE SOUL FARMER
In the beginning, with only a few acres
of humans to care for, god planted
each soul by hand, but over time,
as his business grew, he got more
and more removed from the day-to-day
of his entreprise. Now he reclines
in a celestial hammock, nibbling meteors
like intergalactic hors d´oeuvres,
star clusters glittering like Martini
glasses. His migrant angels oversee
his humanoid crop, plucking us
as we ripen. Ah, the rich taste
of a tormented soul properly marinated
in experience. The messages pile up
on his prayer machine. Centuries
since he´s repainted the sky.
FAZENDEIRO DE ALMAS
No início, com uns pouco acres
de humanos pra cuidar, deus plantou
pessoalmente cada alma, porém,
como o negócio prosperou, mais e mais
foi se afastando da rotina
da companhia. Agora se reclina
numa rede celestial, roendo meteoros
feito aperitivos intergalácticos,
galáxias tilintando como taças
de Martini. Seus anjos peregrinos verificam
seu plantio humanoide, ceifando-nos
assim que amadurecemos. Ah, o ótimo gosto
de uma alma atormentada e bem marinada
de experiências. Mensagens acumulam
na sua máquina de orações. Séculos
desde que repintou o céu.
THE QUIET WORLD
In na effort to get people to look
in each other`s eyes more,
and also to appease the mutes,
the government has decided
to allot each person exactly one hundred
and sixty-seven words per day.
When the phone rings, I put it to my ear
withour saying hello. In the restaurant
I point at chicken noodle soup.
I am adjusting well to the new way.
I have placards for every occasion.
Each morning I invente a new frase
which I print on a t-shirtss,
like The Humans Are Coming
or Karaoke For Mutes.
Late at night, I call my long distance lover,
proudly say I only used fifty-nine
today.
I saved the rest for you.
When she doesn´t respond
I know she´s used upo all her words
so I slowly whisper I love you
thiry-two and a third times.
After that, we just sit on the line
and listen to each other breath.
O MUNDO SILENCIOSO
Num esforço para que as pessoas olhem mais
olhos nos olhos umas das outras,
e também para satisfazer os mudos,
o governo decidiu determinar
para cada pessoa exatamente cento
e sessenta e sete palavras por dia.
Quando toca o telefone, ponho-o ao ouvido
sem dizer alô. No restaurante
aponto para a canja de galinha.
Estou me ajustando bem ao novo jeito.
Tenho estampas para todas as ocasiões.
Cada manhã invento um nova frase
que imprimo numa camiseta,
como Os seres Humanos Estão Vindo
ou Karaokê Para Mudos.
Tarde da noite ligo para meu amor distante,
orgulhoso digo somente gastei cinquenta e
nove hoje.
Guardei o resto para você.
Quando ela não reponde
sei que usou todas suas palavras
então sussurro lentamente eu amo você
trinta e duas vezes e um terço.
Depois disso, ficamos junto à linha
ouvindo um o respirar do outro.
*
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Página publicada em março de 2001
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